quinta-feira, 1 de outubro de 2009

“E então descobriram o Brasil!”

Desenho criado exclusivo para o blog por : Mateus Pelzer.

Sempre foi assim que a Tia Cocota contou sobre o descobrimento e tantos outros assuntos, mas lamentamos frustrar seus sonhos de criança, ela mentiu esse tempo todo.

Aqui você vai encontrar tudo aquilo que ela escondeu durante tantos anos; o lado obscuro da história, que vai muito além dos “viveram felizes para sempre”.

O que ela escondeu?

A coroa portuguesa já sabia da existência dessas terras mesmo antes de avistá-las. Mas não possuíam um interesse grande, no atual momento, tendo como principal objetivo chegar as Índias. Então mandaram expedições para observar e reconhecer; (claro que sempre em busca de metais preciosos) porem encontraram o pau-brasil, iniciando assim o processo de exploração.

O tempo passa e o olho gordo aumenta, por isso sob a ameaça de invasão e ocupação francesa, a coroa portuguesa decide povoar o Brasil, em 1530, divide o território em capitanias e começa a doação de sesmarias, o que favorece o plantio de cana-de-açúcar, que se transforma no “ouro” da colônia, já que na Europa era uma iguaria tão cara, que chegara a ser deixada como herança.

A cana-de-açúcar se expandiu e tornou-se o principal produto de exportação, mas com isso surgiram problemas, como mão-de-obra que exigia uma força de trabalho, muito maior que a dos indígenas que por conhecerem o território fugiam rapidamente.

Para resolver este problema, foi implantada a mão-de-obra escrava, que se intensificou rapidamente, criando um comercio triangular, entre Portugal, Brasil e África onde os escravos eram trazidos para o Brasil e sua produção mandada para Portugal.

O comercio negreiro se expandiu tanto, que alguns engenhos produziam em suas terras, produtos usados na troca por escravos na África.

“e assim foi estabelecido o nexo da economia colonial brasileira: monocultura agrícola extensiva e baseada no trabalho escravo, concentrada principalmente no nordeste.”

Hã?

Simplificando foram nessas circunstâncias que se criou uma ligação entre produção de cana-de-açúcar, com mão de obra escrava, no nordeste, (bem mais fácil!!) dando origem a uma sociedade hierárquica por conseqüência.


O que a pirâmide da Tia Cocota não mostra é que só eram senhores de engenho homens brancos e de ascendência portuguesa, em que as mulheres da família estavam sujeitas a ele.





Mas Tia Cocota pensou em sempre nos mostrar a difícil realidade dos negros que trabalhavam de baixo de sol e eram açoitados e humilhados perante sua condição humana.

Um lado da divisão social pode ser estendida a partir da frase “Um inferno para os negros, um purgatório para os brancos e um paraíso para os mulatos.”

Realmente, o verdadeiro inferno para os negros.

Um purgatório para os brancos? A tia Cocota também se esqueceu de falar que existia uma classe abaixo dos senhores de engenho, trabalhadores livres, que incluía portugueses que eram mandados para o Brasil para exílio como punição por crimes praticados.

Paraíso para os mulatos com certeza, afinal estão em seu “país natal”, em sua terra de origem onde tinham seus costumes e o conheciam melhor do que ninguém.

O Brasil chegou no sec. XVII com grandes canaviais, extração das drogas do sertão e um intenso comercio de escravos, além de uma pecuária bastante desenvolvida sendo o gado usado como força de trabalho, para alimentação, fertilizante natural e fornecimento de couro.

Mas bem no finalzinho do século foi achado o tão sonhado ouro, iniciando a grande mineração brasileira. Com o ouro vieram também interesses, ou melhor, interesseiros! Minas Gerais rapidamente estava cheia de portugueses com a esperança de enriquecer em curto prazo e de moradores de outras capitanias que trocaram tudo pela extração do ouro.

O verdadeiro felizardo foi o reino português que sofria um declínio com os problemas que desenvolveram em suas colônias. No caso do Brasil o principal foi o fato de que a cana de açúcar não era mais produção exclusiva brasileira. E com todo o ouro retirado do Brasil conseguiram manter o estilo de vida da corte real e das ordens religiosas, alem de quitar dividas comercias com a Inglaterra.

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