quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Século XVIII


Por volta do século XVII a Coroa portuguesa voltou a incentivar a busca por metais preciosos – a primeira busca se desenvolveu no início do processo colonial brasileiro. Em 1674 foi dado o primeiro passo para a descoberta de metais, quando uma bandeira dirigida por Fernão Dias Paes abriu caminho para o interior do atual estado de Minas Gerais.

Em 1681, Fernão Dias encontrou turmalinas e acreditou se tratar de esmeraldas e em 1693 Rodrigues Arzão encontrou ouro; essas são datas importantes para a atividade mineradora, porém a corrida do ouro começou efetivamente em 1698 com descoberta de minas em Ouro Preto – MG. A dispersão da notícia da descoberta de metais preciosos nas terras brasileiras fez com que durante 60 anos o fluxo de migração fosse de 10.000 pessoas por ano rumo ao Brasil como intuito de enriquecer.

Esse deslocamento em massa resultou na primeira carestia grave no território colonial nos anos de 1697-98 e em 1700-01.

O território de mineração era ocupado por paulistas – população formada por mamelucos e índios que falavam principalmente o tupi - e forasteiros – estes denominados emboabas. Eram dois grupos completamente heterogêneos, sendo que os paulistas ainda que em menor número, julgavam-se serem os donos por direito das minas, já que as descobriram.

Entre 1707 e 1709 houve a chamada guerra dos emboabas resultante da rivalidade dos dois povos, que teve como estopim o desentendimento entre Nunes Viana e Borba Gato – guarda-mor das minas, por consequência representante do poder real nas terras da colônia. A Coroa proibiu o comércio entre Minas e Bahia como intuito de evitar o contrabando de minério – o gado podia ser comercializado. Como essa proibição não foi acatada Nunes Viana foi expulso de Minas, mas apoiado pelos emboabas ao acatou a ordem.

Os emboabas tomaram posse de grande parte do território das Gerais, não satisfeitos também expulsaram os paulistas desse território. Como não podiam mais estar no seu estado de origem, os paulistas migraram para Goiás e Mato Grosso, onde descobriram novas jazidas.

A mineração era realizada de dois modos: grande extração (lavra) e pequena extração (faiscação). Durante todo o período da exploração mineira no Brasil, era tido domo predominância o ouro de aluvião – depositado no fundo dos rios e de fácil extração, porém suas jazidas se esgotavam rapidamente. Esse esgotamento fazia com que a lavra fosse nômade. A atividade de extração mineradora era realizada com mão-de-obra escrava.

A mineração fez com que crescessem as atividades econômicas na região de São Paulo que passou a ter de 15 mil habitantes no início do séc. XVIII, ao final do mesmo tinha cerca de 117 mil habitantes.

A partir de cerca de 1707 o Rio de Janeiro passou a ser o principal fornecedor das minas e a principal rota de escoamento do ouro com a abertura do Caminho novo, que terminou de ser aperfeiçoado nesse ano. Com isso, São Paulo sofreu os efeitos do novo centro comercial, mas a descoberta das minas em GO e MG contrabalanceou o comércio.

A atividade mineradora era uma atividade integral, portanto ao lado dos mineradores foram se estabelecendo na região mineira artesãos e comerciantes. A administração das minas também era a favor da urbanização, pois assim era mais fácil de controlar a sonegação e evitar o contrabando.

A atividade mineradora permitia algumas vezes uma maior autonomia para os escravos, podendo em alguns casos trabalhar longe dos seus senhores ou até mesmo por conta própria, tendo apenas que entregar parte de seus ganhos e achados para o senhor. Essa atividade permitiu que alguns escravos adquirissem riquezas para comprar sua alforria posteriormente. Apesar disto, a mineração foi um período de tamanha desigualdade quando a produção de cana-de-açúcar.

A mineração foi a primeira atividade econômica a ter um controle rigoroso, para isso foram criados órgãos como o Regimento dos Superintendentes, Guardas-mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, em 1720, que apresentava as regulamentações para a exploração mineradora. Foi criada a Intendência das Minas em todas as capitanias que foram encontrados minérios, com o intuito de controlar a produção e comércio do ouro.

Foi criada também a Casa de Fundição, que já estava presente no Código Mineiro de 1603 e tinha um papel importante na arrecadação do quinto do ouro (20%) pertencente a Coroa. Somente seria permitida a circulação do ouro que apresentasse a marca do selo real impresso sobre a barra na casa de fundição.

Em 1729 foram encontrados os primeiros diamantes, que teve o regime de extração do ouro até 1740. Até 1771 funcionou o sistema de concessão e contrato em que um púnico contratador tinha o direito de exploração diamantífera e havia de entregar uma parte de sua produção para a Coroa. A partir desse ano começou a funcionar o monopólio real, com a aplicação da Real Extração.

Como decorrência da interrupção das descobertas de novas minas e do esgotamento das minas em operação, iniciou-se o declínio da mineração. Atingiu o estado de decadência quando o ouro de aluvião se esgotou, e tiveram que iniciar a procura pelo ouro nas rochas matrizes, extremamente duras e que requeriam maior tecnologia.

Houve nesse período do século XVIII o desenvolvimento da pecuária na região Sul do Brasil, e a intensificação da prática da coleta das drogas do sertão nas redondezas dos fluentes do Rio Amazonas. Era realizada a coleta, pois eles apenas coletavam o que estava disponível na natureza até aperfeiçoarem a técnica de cultivo desse novo produto.

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