quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Século XVII


A cana-de-açúcar começou a ser implantada no Brasil colonial em 1530, quando as sesmarias - subdivisão da terra pertencente ao donatário, onde o sesmeiro tinha o dever de ocupar e fazer da terra fértil - começaram a ser distribuídas. Sendo que de 1600 a 1650 o Brasil era responsável pela produção de 90% a 95% dos ganhos com exportação brasileira.

Depois de colhida a cana-de-açúcar era processada e refinada em engenhos. Esse nome engenho durante o período colonial teve duas definições: na primeira fase o engenho era a denominação do equipamento utilizado para a moenda; no segundo período o engenho passou a ser todo o espaço utilizado para a produção do açúcar, inclusive a propriedade fundiária.

Durante esse período, os engenhos eram em grande maioria auto-suficientes, cultivando maior parte de seus alimentos entre plantações durante os períodos de baixa da produção do produto principal, durante a época de demanda de açúcar os empregados eram destinados a trabalhar somente na produção do produto principal – o que fez com que não tardasse a aparecer lavouras dedicadas a produção de alimentos. Porém a produção de cana-de-açúcar, que foi o mais importante elemento de exportação do Brasil após a exploração do pau-brasil, cresceu em grande escala seguindo o litoral nordestino. Esse cultivo e processamento da matéria-prima exigiam uma força de trabalho muito grande dos colonos, o que resultou, para atender a essa necessidade na importação de escravos africanos.

Vale salientar que desde o início do processo colonial os portugueses se preocupavam com os mantimentos. De início os indígenas foram incentivados a produzirem alimentos que eram trocados por produtos europeus – o que explica, por exemplo, a popularização da mandioca à cultura portuguesa.

O grande crescimento da produção de cana de açúcar levou também ao desenvolvimento da pecuária no Brasil, já que o gado era usado inicialmente como força de tração nos trapiches e transporte. Como o rebanho aumentou relativamente o gado começou a fornecer couro e a ser uma fonte de alimentação. A criação de gado era feita inicialmente aliada aos canaviais, depois de algum tempo a pecuária passou a ser uma atividade independente do engenho devido a sua grande proporção. Com essa separação do gado do território da cana-de-açúcar iniciou-se uma atividade de interiorização no sertão em busca de pastos – essas incursões eram realizadas às margens de rios para os exploradores se instruírem. O gado se dirigiu principalmente para o norte, em direção ao Maranhão, e o sul, em direção a Minas Gerais.

Ainda no século XVII outra cultura começou a se desenvolver na Bahia: o tabaco, que era um produto de origem indígena que conquistou europeus. Porém esse processo somente começou a ser desenvolvido em larga escala quando se aproximava o século XVIII, por senhores de engenho/criadores de gado.

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